quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estágio Supervisionado III

Avaliação Processual

Percurso: Ao mapear minha cidade tive a oportunidade de conhecê-la melhor e perceber que toda sua arquitetura, ruas e espaços existentes são mais que construções, servem também como possibilidades educativas. Para isso basta apenas que a olhemos com um novo olhar, sendo essa nossa primeira proposta, escolher um trajeto e a partir daquilo que nos era familiar olhar como se o tivéssemos visto pela primeira vez. Foi uma tarefa interessante que me abriu os olhos para as infinitas possibilidades que uma cidade pode oferecer.

Porta de entrada: HOTEL MÁGICA VISÃO
Minha escolha por esse local se deu através de momentos e experiências que ali presenciei, visto que permaneço várias horas por dia lá. Muitas vezes me deparei com funcionários, hóspedes e visitantes curiosos, lançando olhares para meus trabalhos de ateliê que, em minha sala, lá produzia. Mesmo depois da definição de minha porta de entrada, ainda não estava claro para mim como seria levar a arte para o hotel. Um dia vendo a quantidade de papel, latinhas e vários outros objetos que estavam sendo jogados fora, ou melhor, iam para o lixão, comecei naquele momento a pensar em trabalhar com reciclados; como aproveitar todo aquele material tornando-o, para que o mesmo deixasse de ser lixo e se transformasse em objeto de apreciação.
Dando continuidade a essa minha ideia, e usando também a perspectiva de usar a cidade como fonte educadora, elaborei minha atividade unindo, assim, artistas que apesar de a princípio possuírem características diferentes, no final meu propósito era o mesmo: trabalhar a arte popular contemporânea, mais a arte conceitual de maneira que o público interagisse diretamente com o material disponível, tendo como referência as obras dos artistas de minha intervenção. É interessante notar que na Arte Conceitual o público é obrigado a deixar de ser apenas um observador passivo, pois o entendimento da obra de arte não é mais direto. O público também é obrigado a refletir e sair da confortável situação de saber, por antecipação, avaliar se uma obra de arte é “ruim” ou “boa”. Não é mais possível ir a uma exposição e dizer “essa paisagem está bem composta, a pintura é de qualidade”.
Questões clássicas das artes plásticas como a composição, estudo de cor e o uso da luz podem não ter sentido nenhum na arte conceitual.
Há quem compare o trabalho de Romero Brito ao trabalho de Warhol, pois suas imagens e objetos são as referências artísticas neste tipo de arte. A obra deve ser valorizada por si só. Um dos meios preferidos dos artistas conceituais é a instalação, ou seja, um espaço de interação entre a obra e o espectador. Até mesmo a televisão e o vídeo podem ser usados nas instalações.
Depois da escolha de minha intervenção precisava escolher um local em minha porta de entrada que disponibilizasse espaço, material de apoio para o desenvolvimento da atividade. Sendo assim, escolhi um quiosque, pois lá tinha tudo que precisávamos, além de oferecer muita iluminação natural e ser bastante arejado.
Conforme já relatei no meu projeto de intervenção, minha atividade foi separada em momentos, sendo eles:
• Preparei uma apresentação e antes de efetivamente executarmos a intervenção, apresentei as participantes um vídeo com a ideia principal, bem como os artistas que serviriam de suporte.
• Depois fomos para o quiosque para por a mão na massa, o número de participantes não foi fixo, variou de acordo com o dia/horário; mas isso não chegou a ser problema; assim como o material disponível, pois preparei bastante matéria prima. Meu plano era atender adolescentes e adultos, mas as mães fizeram questão de trazer, também, suas crianças. Tive também que adequar os horários previamente estabelecidos, visto que, pessoas que trabalhavam no turno diurno pediram para participar e para não deixá-los nas mãos, estendi a oficina até as 22h; ou seja, me desdobrei para atendê-los.
No último dia finalizamos todos os trabalhos e tivemos também a visita de alunos que usufruíam da área de lazer do hotel para uma confraternização do término das aulas, foi emocionante, todos participaram com muito interesse. No final da tarde começamos a montagem dos trabalhos para abrir a exposição para o público. Nos três dias de atividades, praticamente, não tive problemas seja com pessoas, com quantidade de matéria prima ou tempo estipulado para a execução; o único contra tempo que enfrentei foi, literalmente, o tempo. No segundo dia choveu muito, o que atrapalhou um pouco o desenvolvimento. Por último na hora de montarmos nossos trabalhos para a exposição faltou energia, e como demorou muito a voltar, no outro dia tive que levantar muito cedo para dar tempo de organizar tudo; mas com a ajuda de colegas consegui realizar tudo a tempo.
Não me preocupei com a quantidade de pessoas que fosse ver nossos trabalhos, o que me interessava era o que eles entendessem da realização do projeto. E para minha surpresa foi um sucesso total, atingi todos os meus objetivos que era mostrar que qualquer espaço é educativo, depende da forma e como conduzir para transformar.
Como o interesse/receptividade foi grande, estendi o tempo de permanência da exposição, pois a princípio, as obras ficariam expostas apenas um dia; mas depois resolvi estender por uma semana. Foi uma mini exposição, mas grandiosa em nossos corações, graças a contribuição que recebi de cada um que por ali passou, seja, na execução ou na apreciação.
Referências
Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Artes Visuais. GUIMARÃES, L. M. de BARROS,OLIVEIRA, R. ALEXANDRE. "Estágio Supervisionado III" In: Licenciatura em Artes Visuais: módulo 7 .
Site:
• Romero Brito. In: Acesso em Novembro de 2010.
• Michelle Brand. In: , Acesso em Novembro de 2010.
• Georges Braque. In: < http://www.viladoartesao.com.br/blog/2008/06/papietagem-o-que-da-pra-fazer-com-papel-e-cola/> Acesso em Novembro de 2010.
• Charles Kaufman. In: < http://www.designrelated.com/inspiration/view/Karen/entry/1224/crushed-can-illustrations?page=1#comments> Acesso em Novembro de 2010.

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